Concorrente do Ídolos satirizado pelas suas orelhas levou SIC a tribunal

O caso remonta a 2015, mas só esta segunda-feira, dia 15 de janeiro, é que o julgamento aconteceu, em Vila Nova de Gaia



Foi em 2015 que a SIC colocou no ar a 6.ª edição do programa "Ídolos". Milhares de concorrentes passaram por lá para tentar a sua sorte em ser o próximo ídolo de Portugal, como foi o caso de Diogo Piçarra, que arrecadou a vitória, em 2012.


Entre os artistas bem-sucedidos, houve aqueles que ficaram pelo caminho e muitos nem passaram no casting.


Um deles foi Daniel Rebelo que, na altura, tinha 16 anos. Na sua vida, tinha apenas a avó, que o criou num ambiente humilde, uma vez que era órfão de pai e tinha sido abandonado pela mãe.


Como tal, queria dar uma vida melhor à avó, que o criou e, por isso, decidiu concorrer ao programa da SIC.


Depois de ter passado na prova de canto, foi-lhe explicado, tal como conta a Flash, "que a etapa seguinte seria ser colocado perante vários jurados, em Lisboa - no caso, Pedro Boucherie Mendes, Maria João Bastos e Paulo Ventura", mas parece que nada disso aconteceu.


O jovem de 16 anos foi colocado "numa sala escura e vazia, com um holofote virado para si", onde lhe foi pedido que cantasse à capella. O sonho de Daniel Rebelo acabou por terminar ali, uma vez que lhe disseram que tinha desafinado e, como tal, estava desclassificado.


O momento foi filmado, mas o jovem pensou que não seria transmitido. O problema é que também não foi isso que aconteceu.


No dia 3 de maio de 2015, a SIC transmitiu as imagens de Daniel Rebelo num cenário em que nunca esteve. "A produção usou efeitos especiais, deformaram-lhe as orelhas, aumentando-lhe o tamanho de foram ridícula e exagerada", lê-se na mesma revista.


Perante as imagens, o jovem "sentiu-se humilhado, ridicularizado e até perdeu a vontade de sair à rua".


Revoltada com a situação, a avó decidiu avançar para a Justiça e acusar Júlia Pinheiro, que, na altura, integrava a direção de programas da SIC e outros responsáveis da SIC, como Luís Marques, antigo diretor-geral da estação, e Frederico Ferreira de Almeida, CEO da Fremantle Media Portugal, a produtora do programa, de "crime de difamação por imagem".


Nove anos depois, soube-se, esta segunda-feira, 15 de janeiro, que a SIC e a Fremantle Portugal foram mesmo a tribunal "por, alegadamente, terem ridicularizado e humilhado" o concorrente.


Escreveu o Jornal de Notícias e o Correio da Manhã que os arguidos "pagaram" e chegaram a acordo com Daniel, ou melhor, Alexa, de forma a colocar um ponto final no processo.


Durante estes anos, Daniel Rebelo decidiu mudar de sexo e agora é uma mulher, tendo adotado o nome de Alexa Devni Rebelo. Refez a sua vida e encontrou o amor, ao lado do namorado, Ricardo Santos.



(Imagens: Instagram)




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