Viagem Porto-Santarém é o tempo que os portugueses estão por dia nas redes sociais

UM RELATÓRIO DO CENTRO COMUM DE INVESTIGAÇÃO REVELOU O TEMPO QUE OS HABITANTES DE VÁRIOS PAÍSES PASSAM NAS REDES SOCIAIS

Madalena Costa
Madalena Costa



Há quem não consiga ficar offline das redes sociais ou parar de fazer “scroll” no Instagram e no Facebook. Há sempre algo para saber sobre o mundo e o país, há sempre mais uns minutos para gostar de uma fotografia de uma figura pública ou até para “cuscar” aquilo que uma colega ou amiga anda a fazer.


É por estas e outras tantas razões que os portugueses passam, em média, 129 minutos por dias nas redes sociais – o equivalente a 2h15.


Os dados constam de um relatório que foi, esta terça-feira, divulgado pelo Centro Comum de Investigação, o serviço científico interno da Comissão Europeia, sobre "Tecnologia e Democracia".


"As redes sociais tornaram-se uma característica omnipresente da vida", já que através dessas plataformas digitais "é possível saber tudo, desde eventos familiares e aventuras de amigos a desenvolvimentos políticos, apenas verificando os murais do Facebook, Instagram ou Twitter" afirma o Centro Comum de Investigação no relatório.



Em janeiro deste ano, Portugal ocupava o quinto lugar dos Estados-membros que mais utilizavam as redes sociais, antecedido de Malta, Chipre, Eslovénia e Dinamarca. Entre julho do ano passado e o deste ano, as redes sociais mais utilizadas na União Europeia foram o Facebook (75,66%), Pinterest (8,78%), Twitter (7,61%), Instagram (4,47%) e YouTube (1,14%).


No entanto, com a enorme afluência e atenção que as redes sociais têm tido, nos últimos anos, o relatório chegou à conclusão de que "há provas científicas de que as redes sociais mudam o comportamento político das pessoas no 'offline', o que inclui o incitamento a comportamentos perigosos, tais como crimes de ódio".



No decorrer do relatório, foram "identificados quatro pontos de pressão que emergem quando as pessoas e o ambiente 'online' são postos em contacto sem grande controlo público ou governação democrática", sendo eles economia da atenção, definições de escolha, algoritmo personalizado e as designadas "fake news" (notícias falsas).


Perante estas conclusões, a comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, afirma que as redes sociais podem, realmente, ser usadas para "difundir mensagens polarizadoras e informação enganosa, o que pode dificultar a capacidade de tomar decisões políticas informadas".


Apesar de todas as vantagens que as redes sociais nos oferecem, como o contacto imediato com o outro lado do mundo, existem perigos com os quais é preciso lidar. Por isso, mais do que nunca, é importante que cada utilizador português (e não só!) tenha espírito crítico sobre a informação que o rodeia neste mundo da Internet, uma vez que Portugal é um país que está também exposto a fenómenos como desinformação e propaganda política.




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