Quem é filho único já ouviu, por vezes, que é um tanto ou quanto mimado, que não sabe partilhar, que é pouco sociável, que pode sentir-se o centro das atenções e que é exigente com os seus pais. Ora, estes preconceitos não se aplicam a todos os filhos únicos, como seria de esperar.


Existem filhos únicos que são o oposto e há alguns estudos que o confirmam. Um desses estudos foi realizado por Samantha Stronge e colegas da Universidade de Auckland, que quiseram saber se a personalidade dos filhos únicos é afetada ou influenciada por não terem com quem discutir, dividir o quarto, a roupa, as experiências e as dores de cabeça, entre muitas outras coisas.


Assim, levaram a cabo um estudo que contou com as respostas de cerca de 21 mil pessoas, com e sem irmãos, adultos e crianças de qualquer idade. Todas responderam a um questionário que avaliou os cinco principais traços de personalidade humana, como a afabilidade ou amabilidade, o neuroticismo, a abertura a experiências, a conscienciosidade e a extroversão.


Numa primeira análise aos resultados, percebeu-se que apenas as crianças eram "diferentes, em alguns aspetos, daquelas que têm irmãos". De acordo com as conclusões, essas crianças são "ligeiramente mais narcisistas, mais sensíveis emocionalmente e menos arrumados e organizados. Eram também ligeiramente mais criativos e abertos a novas ideias."



No entanto, "a dimensão destas diferenças de personalidade entre as crianças sem irmãos e adultos com irmãos era incrivelmente pequena." E, por isso, os autores do estudo consideraram que as diferenças entre ter ou não irmãos são de importância muito reduzida, uma vez que os padrões de neuroticismo, de abertura e da honestidade-humildade variam conforme a idade.


Em jeito de conclusão, ter ou não irmãos não define os adultos e não influencia a sua personalidade para o futuro.


Por isso, todos os comentários que já deves ter ouvido por seres filho único caem agora por terra...