Destruição, devastação e sofrimento são, provavelmente, as palavras que caracterizam a tragédia que se abateu sobre a Turquia e a Síria.


Na madrugada desta segunda-feira, um forte e intenso sismo, seguido de um outro, em poucos segundos, destruiu casas, prédios, famílias inteiras e vidas. Até ao momento, são mais de 9 mil mortos, pelo que pode ainda ultrapassar a barreira dos 10 mil, tal como deu conta a RTP1.


Neste momento, as equipas de resgaste dos dois países lutam contra o tempo para encontrar sobreviventes nos escombros.


Com a maior urgência possível devido às condições atmosféricas que se fazem sentir nas cidades, fazem-se esforços para ainda resgatar pessoas com vida.


Foi dessa forma, entre as ruínas de um prédio Jindires, uma cidade síria, que as equipas encontraram uma bebé recém-nascida.


A bebé foi encontrada ainda com o cordão umbilical ligado à mãe, que, infelizmente, não sobreviveu. Foi esse o mesmo desfecho para o pai, os quatro irmãos e uma tia, que também perderam a vida no desabamento do prédio de quatro andares onde viviam.


Inicialmente, de acordo com um parente da família, Khalil Sawadi, que contou à Euronews, "estávamos à procura de Abu Rudayna [o pai] e da sua família. Primeiro, encontrámos a irmã, depois a esposa, e de seguida Abu Rudayna. Estavam juntos um contra o outro". De seguida, "ouvimos um barulho e cavámos (...), limpámos o local e encontrámos a menina, graças a Deus”.


Especula-se que o parto tenha acontecido cerca de sete horas após o sismo, de acordo com a CNN Portugal, sendo que a menina ali permaneceu sem ser alimentada e exposta ao frio extremo.


O momento do resgate foi registado e já circula nas redes sociais, onde se vê um homem a carregar a bebé ainda com o cordão umbilical.



Quando foi resgatada, a bebé apresentava arranhões e hematomas, pelo que foi, rapidamente, transportada para o hospital na cidade vizinha de Afrin.


Já no hospital, a bebé, que ainda não tem nome, foi colocada numa incubadora. O médico Hani Maaruf contou, em declarações à Agence France-Press, que "chegou com os membros dormentes por causa do frio, a pressão arterial tinha caído. Prestámos os primeiros socorros e colocámo-la a soro porque ficou muito tempo sem ser alimentada".


Neste momento, a bebé está estável.


Este é um dos muitos momentos que demonstram a desvatação que caracteriza as cidades mais abaladas pelos sismos que se fizeram sentir.