À primeira leitura, a ideia de colocar GPS em burros para prevenir incêndios pode parecer algo insólito e até curioso...


A verdade é que estes animais vão ser os protagonistas de uma nova estratégia para evitar os incêndios que fustigam, ano após ano, as florestas e as matas portuguesas.


Este é um projeto-piloto da Brigada Florestal Animal, coordenado pela Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), que pretende limpar zonas de mato com a ajuda de burros que conseguem chegar a zonas de difícil acesso.


A Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino dispõe de duas dezenas de burros que estão, atualmente, em Vila Chã da Braciosa, no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança.



E é por lá, de acordo com o site Green Savers, que os burros mirandeses vão ajudar "na gestão da paisagem e, ao mesmo tempo, contribuir para a diminuição da carga combustível existente em lameiros abandonados".


Para Sara Pinto, bióloga da AEPGA, em declarações ao Correio da Manhã, "em termos práticos, os burros têm a função de comer a matéria vegetal em locais de difícil acesso; os burros acedem a pontos onde as máquinas não conseguem chegar".


Para tal, os burros vão ter um dispositivo de GPS, que vai monitorizar os seus movimentos e a sua localização.


Por cada hectar de lameiro, são colocados 6 a 12 animais, que são controlados por uma cerca elétrica para não abandonarem o local.


No entanto, o bem-estar animal é uma prioridade e os burros mirandeses são visitados periodicamente por médicos veterinários da equipa da Brigada Florestal Animal para verificarem se precisam de cuidados e se estão bem.