O que é que te faz feliz? Ainda que a felicidade seja subjetiva - o que te faz feliz, não é o que me faz feliz -, uma coisa é certa: todos procuramos a felicidade na vida. Será que ela nos está a escapar cada vez mais? Não se sabe. Apenas se sabe, agora, segundo este estudo, que a geração Z - pessoas nascidas entre o ano de 1990 e o ano de 2010 -, muitas vezes retratada como a geração da tecnologia e da informação, parece estar a enfrentar um desafio considerável quando se trata de felicidade.


Um estudo recente realizado pela Gallup e pela Walton Family Foundation, em colaboração com o Dr. Arthur C. Brooks, revela que a geração Z é menos feliz do que as anteriores e tudo por causa de dois fatores significativos: o sentido de propósito e o tempo que têm para dormir e relaxar.


Cerca de metade das pessoas da Geração Z, em idade escolar, sentem-se verdadeiramente motivados em ir à escola e a realizarem algo interessante todos os dias. No entanto, à medida que as pessoas da Geração Z entram na idade adulta, a taxa de felicidade diminui significativamente. Esta descoberta destaca uma lacuna preocupante entre o que a Geração Z está a viver nas suas rotinas diárias e o que eles percebem como significante e/ou motivador.


"O que é importante para a Geração Z é se eles sentem que as suas vidas são importantes e estão a fazer a diferença, mais do que 'vou trabalhar para ganhar muito dinheiro e conseguir uma grande promoção'", explica Zach Hrynowski, autor do estudo, em declarações à CNN.



O estudo revela que a felicidade da Geração Z está também intimamente ligada à sua sensação de segurança pessoal e à capacidade de atender às necessidades básicas, como ter tempo suficiente para dormir e relaxar. Numa sociedade que prima pelos dias caóticos, stressantes e sempre a correr, torna-se difícil manter hábitos saudáveis, como dormir as oito horas diárias.


Além disso, a pressão social desempenha um papel crucial: pessoas que se comparam excessivamente com os outros são mais propensos a relatar ansiedade e menor felicidade.

Outro ponto interessante é a conexão entre a felicidade e as relações sociais positivas. As pessoas mais felizes da Geração Z são aquelas que se sentem amadas, apoiadas e conectadas com os outros. Isso sugere que, para esta geração, o apoio social desempenha um papel vital na construção da sua felicidade.


Vamos voltar ao início, afinal o que é isso de ter um propósito na vida? Segundo o psicólogo clínico Broderick Sawye, propósito significa ir em busca de coisas que se conectam profundamente com o senso de identidade de uma pessoa. Mesmo que não estejas num trabalho, por exemplo, onde possas perseguir diretamente o teu propósito, praticar hobbies ou estudares sobre algo de que gostas pode fazer com que estejas mais perto do teu propósito.


Todos estes fatores, comparados com dados de estudos feitos no passado, sobre os níveis de felicidade das gerações anteriores à Geração Z, permitiram a Zach Hrynowski concluir que as pessoas da Geração Z, que têm entre 18 e 26 anos, são menos felizes do que as gerações mais velhas.