Estamos em 2024, onde ter um telemóvel é quase um dado adquirido. Se antes este objeto era visto como uma raridade e um privilégio, para quem o tinha, hoje em dia o telemóvel é quase como uma extensão do nosso corpo, anda connosco para todo o lado.


No entanto, numa altura tão tecnológica, em que o telemóvel está sempre por perto, como é que se explica que muitos dos jovens não atendam as chamadas? Se és pai de um adolescente ou jovem então sabes melhor do que ninguém o que isto é.


Para os mais jovens, atender o telemóvel tornou-se um jogo de prioridades. Segundo um inquérito do Uswitch, citado no The Times, feito a jovens da geração Z - entre os 18 e os 34 anos - se o telefonema não é combinado de antemão, os jovens recebem a chamada como um prenúncio de más notícias e, por isso, preferem não atender, optando por uma resposta mais controlada através de mensagens de texto ou plataformas de chat online.

Cerca de 70% das pessoas inquiridas neste estudo disseram que preferem enviar uma mensagem em vez de ligar.


A ironia não passa despercebida. Numa época onde a comunicação instantânea é tão acessível, atender uma chamada deixou de ser uma reação automática. O telemóvel, mais propriamente as chamadas, tornou-se uma fonte de intrusão. Uma invasão do espaço pessoal que os jovens tentam evitar.

As redes sociais, repletas de atualizações da vida profissional e pessoal, tornaram-se o palco para anúncios e conversas importantes. Até mesmo notícias tão esperadas como o nascimento de uma criança são anunciadas através de publicações, em vez de chamadas pessoais. A praticidade da mensagem escrita supera a pressão de uma conversa em tempo real e mostra que não querem invadir o espaço do outro com uma chamada.


E assim, o telemóvel é relegado para um papel secundário. Para os jovens de hoje, enviar uma mensagem é mais do que uma escolha, é uma preferência. Uma preferência por comunicação de "baixa pressão", onde não há expectativas imediatas de resposta.