Não estou preocupado com a Selecção.
A vitória foi conseguida “in extremis”, mas eu nem tremi.
Porque eu acredito no Corgi.
“Quem é o Corgi? O que é o Corgi? Onde é o Corgi?” Perguntam os mais desatentos.
Corgi é uma raça de cães, são pequeninos e parecem pães de forma. A falecida Rainha de Inglaterra tinha imensos.
Porque é que eu estou a falar de Corgis? Porque há um cão que adivinha os resultados dos jogos do campeonato europeu de futebol, e esse cão diz que Portugal vai à final. Esse cão é um Corgi, o Steph Furry, que viralizou online exatamente pelos poderes de adivinhação que alega ter.
Steph recorre ao blindado e cientificamente provado método de “deixar cair uma bola do cimo de umas escadas e, no fundo das escadas estão duas caixas (cada uma decorada com a bandeira das equipas que jogam) e a caixa onde essa bola entra é a equipa vencedora. CIÊNCIA!
É divertido, vale o que vale e já é um clássico deste tipo de competições. Todos os anos há pelo menos um animal, às vezes mais, que faz adivinhação para ajudar todos os viciados em jogo a acreditarem que é desta que vão duplicar o dinheiro que, supostamente, estavam a guardar para mandarem o mais novo para a universidade. (é melhor ignorarmos esta parte triste.)
Começou com o Polvo Paul, em 2008 (que teve uma história bem complexa e que aconselho que investiguem) mas depois do Paul houve muitos mais, passando por um furão, um elefante, uma tartaruga, um peixe e até um porco chamado Marcus.
E agora há o cão Steph, mas eu sinto que o cão tem menos a perder se não acertar.
É que, por exemplo, o polvo estava ali a LUTAR PELA VIDA DELE!
O Polvo sabia que, se falhasse, no dia a seguir estava na panela. Se falhasse, no dia a seguir o almoço era polvo à lagareiro.
O cão não tem este problema. Se falhar, olha, nesse dia não dorme na cama.
O Porco e o peixe? Se aquilo corre mal, os amigos vão para a grelha.
“Bom, perdemos, alguém sabe qual é o almoço?”
“Porco no espeto”
“Boa, alguém viu o Marcus, o Porco?”
“Não. É melhor esqueceres o Marcus… aliás, qual Marcus? Aqui não há nenhum Marcus” (Silêncio desconfortável, seguido de um aceno de compreensão)
Pronto, mas o Steph Furry diz que Portugal vence França nos Quartos, limpa a Escócia nas Semifinais, mas depois, na Final, contra a Espanha, perde e ganha a Espanha. Recuso-me acreditar nesta parte… e por isso escolhi o meu próprio animal de adivinhação.
Senhoras e senhores, recebam com amor, um animal que adivinha os resultados e que eu inventei agora… O COELHO DE FAFE! (Aplausos)
“Olá, Coelho. Portugal ganha o mundial?”
O coelho, que inventei, faz um compasso de espera e a multidão, que o observa expectante, sustem a respiração em antecipação do que aí vem.
Será que é desta que a esperança dos adeptos portugueses cai por terra, em cacos? O coelho abre a boca e pigarreia preparando-se para falar:
“Ganha, sim sr!” Clama o coelho com uma voz que ainda não decidi se é grave ou aguda.
A multidão enlouquece e regozija! Exulta a pátria, assim como o próprio coelho, heraldo de notícias magníficas.
Obrigado, Portugal!
Obrigado, coelho de Fafe!
OBRIGADO!