Eu sei que já se falou de mais do Europeu de futebol, mas eu tenho que voltar atrás um bocadinho e abordar um assunto de máxima importância.
Malta… “Os apaixonados”??
Para quem não sabe, o selecionador Roberto Martinez queria dar um nome, uma alcunha, aos jogadores da seleção e como não estava a colher respostas muito interessantes, visto que as submissões eram todas sobre o Jorge Mendes, o Roberto resolveu escolher por ele.
E a escolha foi: Os apaixonados…
“Os apaixonados”!! …Dude…
Primeiro, os apaixonados é altamente futebolístico e desportivo, e depois, estar apaixonado é, por definição, muito emotivo e pouco racional.
- “Oh, estão apaixonados” é uma frase que veem meio como desculpa, não é? Sinto que até é capaz de ser esse o motivo pelo qual o Roberto Martinez escolheu essa alcunha.
“Viste este remate? Não fez sentido.”
“Oh, querias o quê? Está apaixonado!”
Os apaixonados (suspiro)… é que, se era para aparvalhar, tínhamos coisas mais divertidas:
- Os “vamo lá ver” (porque com a seleção sabemos)
- Os “8 aos 80” (há malta com 20 anos e depois há o Pepe que já é quase avô.
- Ou até mesmo, a selecção anti-natural.
Concedo num ponto, diz-se muito que “futebol é paixão…”
Talvez seja por isso. Mas se pensarmos um bocadinho, futebol não é bem paixão, porque a paixão é assolapada e muitas vezes fugaz.
O futebol é mais perto de uma relação longa, com altos e baixos, em que nos zangamos… em que nos mantemos juntos um bocado por conveniência ou religião (agora não vou trocar de clube, não se troca de clube).
Muitas vezes até temos esperança que os miúdos salvem a relação… A seleção, A SELEÇÃO!
Na verdade, o futebol é mais parecido com um casamento. E há lá coisa menos apaixonada do que um casamento.
Uma pessoa não está apaixonada, uma pessoa está acomodada.
Por isso, eu sugiro que em vez de os apaixonados, fique os acomodados.
Ou então os casados.
Assim quando dizemos este jogo parece um “solteiros contra casados”, já sabemos qual somos nós.