Se costumas estar atento a qualquer mudança no mundo das viagens provavelmente deves ter ouvido, há algum tempo, que iria ser descartada a prática de levar apenas líquidos até aos 100 ml nos voos.
A obrigatoriedade de separar os líquidos deixou de estar em vigor em alguns países, mas, afinal, não vai avançar para outros e vai voltar a vigorar nos países onde já não estava em funcionamento. A razão? Existem problemas tecnológicos, logísticos e financeiros que estão a afetar os equipamentos usados na deteção de explosivos e substâncias perigosas.
Se fores viajar - e levas bagagem de mão - continuas a estar obrigado a colocar os teus líquidos até aos 100ml num saco de plástico transparente para passarem pela segurança do aeroporto num tabuleiro à parte. A medida passa, desta forma, a ser obrigatória em todos os aeroportos da União Europeia e já está em vigor desde o dia 1 de setembro, de acordo com a Condé Nast Traveler.
Os CT Scanners instalados iriam permitir aos aeroportos acabar com a regra dos líquidos – e que muitos querem ver abolida – e como bónus permitiriam ainda reduzir o tempo de espera nos aeroportos e facilitar a passagem pelos seguranças. No entanto, e apesar de serem máquinas com uma tecnologia mais avançada, são dispendiosas e obrigam a que a maior parte dos aeroportos tenha de reforçar o chão dos terminais para aguentarem com o peso destas máquinas.
Para além disso, o processo de encomenda deste aparelho tem sido uma dor de cabeça e os aeroportos de Gatwick e Stansted, no Reino Unido, falharam o prazo para a instalação das máquinas – tinham até junho deste ano.
Como se não bastasse, um relatório da Comissão Europeia enviado à Conferência Europeia de Aviação Civil, citado pela SIC Notícias, denunciou um “problema técnico” com estes scanners – impediam a deteção de substâncias perigosas em recipientes com líquidos que tinham mais de 330 ml. No entanto, a Comissão Europeia afirma que “as máquinas em si, que são de alta qualidade, não estão em questão”.
Em cima da mesa esteve também o tamanho da bagagem de mão na União Europeia, de forma a responder às várias reclamações de passageiros quando às taxas extra que acabam por ser cobradas em várias companhias aéreas. O tema foi abordado durante uma reunião da Comissão Europeia, em julho, onde o setor discutiu a possibilidade de isso acontecer, mas ainda não foi tomada qualquer decisão.