Só porque deixámos de ir para o escritório, não significa que as cusquices tenham ficado em confinamento também. Investigadores definem cusquice como “falar sobre alguém que não está presente” e, de acordo com uma meta-análise de 2019, as pessoas gastam em média 52 minutos por dia a fazê-lo.


Mas a cusquice nem sempre é negativa. Na verdade, como o estudo o mostra, a maioria das cusquices são neutras e os jovens e os homens tendem a ser os mais sarcásticos.



A cusquice no trabalho é comum e há quem defenda que é útil. Isto porque, numa perspetiva mais positiva, informação é poder e partilhá-la é ajudar a espalhar o poder.


Robin Dunbar, autor do livro "Gossip, Grooming and the Evolution of Language" e professor de psicologia na Universidade de Oxford, defende que não devemos lutar contra uma cusquice. “O objetivo principal é permitir-nos acompanhar o que está a acontecer no nosso círculo social quando não temos tempo para o fazer individualmente.”

O autor defende uma outra perspetiva da cusquice como algo que não serve “para rebaixar os outros”, mas como algo que nos dá a "certeza de não dizer as coisas erradas quando encontramos alguém”.



Mas, numa altura de pandemia, em que muitas pessoas ainda permanecem em teletrabalho, será que as cusquices continuam ativas?


Não há estudos científicos relativos a este tema, mas um artigo The New York Times refere que as cusquices no escritório não pararam. Simplesmente migraram para os ecrãs dos computadores.

Alguns investigadores afirmam que o teletrabalho, e consequente ausência de contacto físico, alterou a natureza das conversas e apesar de não ter cessado as cusquices diminui-as.

Mesmo com a distância física, as cusquices continuam a fazer parte da nossa rotina e agora até ficas a conhecer um lado mais positivo.