Torre prateada na Sé de Lisboa gera muitas críticas nas redes sociais

O arquiteto defendeu a sua escolha e explicou tudo sobre esta reestruturação polémica da Sé de Lisboa

Jéssica Santos
Jéssica Santos


A nova torre prateada no claustro da Sé de Lisboa tem alimentado um debate efusivo entre arquitetos, historiadores e o público em geral, nas redes sociais.

O projeto, inicialmente concebido para integrar harmoniosamente a estrutura histórica com uma intervenção contemporânea, acabou por desencadear uma onda de críticas. A torre acabou a ser apelidada de "atentado arquitetónico" ou "mamarracho descomunal".


A figura central dessas críticas é a escada revestida por milhares de azulejos prateados, uma estrutura que, para muitos, parece deslocada e estranha no contexto histórico da Sé. No entanto, o arquiteto responsável pela obra, Adalberto Dias, em entrevista à NiT, defende a escolha, destacando a necessidade de ponderar sobre as alternativas para revestir as escadas: desde betão, pedra ou mesmo vidro.


A escada, que se assemelha a uma "torre prateada" no pátio do claustro, é explicada como uma solução para resolver o acesso às estruturas arqueológicas. O revestimento de azulejos prateados, que muda de cor ao longo do dia, foi concebido para não ser um corpo estranho na paisagem, mas sim para destacar a delicadeza da forma elíptica da estrutura.


Apesar das críticas e dos atrasos no cronograma, a requalificação global dos claustros está quase concluída, com previsão de reabertura para o último trimestre de 2024. O preço do projeto é também um tema delicado. Inicialmente, estava previsto um orçamento de 6,5 milhões de euros. Agora, acresceu mais 1,8 milhões pela reabilitação do piso superior do claustro, e 430 mil euros pelos trabalhos de conservação e restauro das estruturas arqueológicas.


Apesar de todas as justificações, a torre prateada não deixou de gerar controvérsia nas redes socias.



Este é um projeto que já anda a ser delineado há anos.

Nos anos 90, após um desmoronamento no jardim do claustro e a descoberta de vestígios arqueológicos, começou um processo de escavações que durou cerca de 20 anos, revelando ocupações desde a idade do ferro até à construção do claustro no século XIII.

Em 2010, a igreja e o Estado concordaram em valorizar o claustro, incluindo a musealização das ruínas e a construção de um espaço interpretativo. Nos últimos anos, as principais alterações incluíram o desmonte da cobertura provisória, a construção de uma laje para proteção dos vestígios, a musealização das ruínas e a recuperação do edifício. Apesar de polémicas e atrasos, a requalificação está quase concluída, com a reabertura prevista para o último trimestre de 2024. O projeto foi anunciado em 2015, mas os trabalhos só começaram em 2018.




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