Encontrada pela primeira vez trufa em Portugal: "Melhor do que Itália"

A trufa é uma iguaria rara e, por isso, com um custo avultado

Jéssica Santos
Jéssica Santos



Há poucas coisas melhores do que um belo prato de massa com trufa! Esta iguaria italiana de babar que proporciona um momento ótimo para todos, menos para a carteira.


Por ser tão rara e ter um processo de colheita difícil - só em zonas húmidas e com a ajuda de cães que farejam os sítios a escavar -, as trufas têm um custo avultado associado. Mas não é sobre isso que vamos falar, mas sim da grande descoberta, feita pela primeira vez, de trufa de verão em Portugal.


A Universidade de Évora, em parceria com o renomado chef Tanka Sapkota, anunciou, esta terça-feira, uma descoberta que te vai fazer crescer água na boca. A trufa de verão, um fungo valioso não só para a gastronomia mas também para a saúde, foi encontrada nos concelhos de Alenquer e Sobral de Monte Agraço.


O chef Tanka Sapkota, que conhece bem as trufas desde a sua experiência em restaurantes, em Itália, está radiante. Segundo ele, citado pelo Público, Portugal agora tem "trufas melhores do que Itália". E não é para menos! A busca por trufas, em Portugal, já dura há dois anos e finalmente, no dia 26 de abril, os esforços deram frutos.


A trufa de verão, ou Tuber aestivum, é um fungo que cresce em simbiose com raízes de árvores como carvalhos e castanheiros. Encontrada em terrenos calcários e argilosos, esta trufa é menos aromática que as primas brancas ou negras, mas o sabor e aroma únicos são irresistíveis. Na cozinha, dá um toque especial a massas, risotos e pratos com ovos. Para conservá-las, basta guardá-las no frigorífico envoltas em papel de cozinha dentro de um recipiente hermético.

Mas não é só na cozinha que a trufa de verão brilha. Ela também possui propriedades medicinais, sendo anti-inflamatória e estimula o sistema imunológico.



Até agora, Portugal importava esta iguaria, que pode custar até 100 euros o quilo. A descoberta abre um leque de possibilidades para o cultivo e comercialização local. A investigadora Celeste Santos e Silva refere ao Público o grande potencial da trufa: "Tenho vários proprietários interessados em cultivá-la, pois a sua produção pode demorar entre 13 e 15 anos". E a quantidade encontrada só aumenta a empolgação. Só na última visita de campo, foram colhidos sete quilos de trufa!


Tanka Sapkota, que utiliza trufas nos seus três restaurantes, em Lisboa, consome cerca de sete quilos por semana. Com a descoberta local, ele espera democratizar ainda mais esta iguaria.




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