Tipo crónica de Duarte Pita Negrão: Farturas à Otário.

O Duarte tem opiniões. Fundamentadas? Ahah Não. Sérias? Hmmm também não. Valem a pena? Errr… boa pergunta!

Duarte Pita Negrão
Duarte Pita Negrão


Sou fã da Farturas. São mesmo comida de feira. Têm aquela combinação de gordura, felicidade e azia, que não falha.

As farturas são o último bastião alimentar de liberdade.


“Já não podemos comer uma data de coisas numa data de sítios. Seja nas escolas, nos hospitais, nas bombas de gasolina… estamos numa época de proibições.”, indignou-se Duarte, exagerando muito.

E, de repente, nas feiras, há um raio de luz de liberdade… uma fartura!


Quando apareceram as normas e a preocupação de saúde e de comida saudável, a fartura ignorou-as olimpicamente.

A fartura, quando abordada pelas doutrinas da higiene, soltou um heroico, “Não, obrigado.”


Na verdade, as feiras itinerantes são o gigante “Vai-te lixar” à sociedade das regras, operadas por um grupo de nómadas que, por vezes, vivem em camiões e que, durante a noite, constroem uma pequena feira na nossa área de residência.

São construtores míticos que operam na escuridão da civilização. Do nada constroem feitos de engenharia que não são pouca coisa…

Não adianta pensar muito nisso, até porque se olharmos, se calhar perdemos a vontade de usar as máquinas.

“Isto foi construído por aquele senhor com 7 dedos e nenhum dente?”

“Sim, aproveita!”

Um bocado como a comida, uma pessoa vai pela sensação imediata de felicidade.

Se houver azia, lidamos com ela, quando chegar.


Quero ainda enaltecer o design de todas as carrinhas das feiras. Parecem pintadas por alguém que caiu num caldeirão de 'alucinogénio'. Uma espécie de um Obélix do LSD.

“Dude, e se puséssemos um dragão, mas com peito de mulher? E nos olhos, pomos duas espadas com fogo? MELHOR IDEIA! Obrigado, vozes na minha cabeça”


As roulottes de farturas, (sim, voltámos às farturas) também têm um design especial.

As letras e efeitos andam ali numa palete entre o rosa, o amarelo e o roxo, e com um ar meio robótico… até inventei um nome para a Font (tipo de Letra), que é “ROBOCOP MIAMI!” (se não acham que é o melhor nome, estão errados)


Por último, reservo um lugar especial no meu coração para uma roulotte clássica da minha vida que são as farturas à otário.

Parabéns pelo nome Farturas à Otário. Ficou colado para sempre no meu cérebro. E adoro porque acho que foi a maneira que inventaram de serem felizes ali no trabalho.

Arranjaram uma maneira de chamar otário a toda a gente.

“Olá, queria uma fartura…”

“SAI FARTURA À OTÁRIO!”

“Tem mesmo que ser otário? Não pode ser fartura à bonito?”

“NÃO, É À OTÁRIO!”

“Mas eu não sou otário…”

“Se não fosses não estavas a comer este pão de diabetes!”




A RFM perto de ti