Para Ricardo Costa, a felicidade no trabalho é o mais importante (e é também lucrativa)

Trabalhadores felizes são trabalhadores produtivos e que trazem lucro à empresa, reforça Ricardo Costa, um empresário do Minho que luta pela felicidade nas empresas

Jéssica Santos
Jéssica Santos


A forma como as várias gerações encaram o trabalho tem vindo a mudar e muito. Se antes houve uma geração que ficava 30 anos na mesma empresa, hoje, a geração mais jovem, procura sobretudo um trabalho que não só lhe traga propósito, como também um bom equilíbrio entre a vida profissional e familiar.


Apesar de esta ser uma mudança gradual, lenta e com vários conflitos entre gerações - todos temos uma forma diferente de encarar o trabalho -, a verdade é que são também cada vez mais as empresas que procuram acompanhar esta transição. Até porque são mais os prós do que os contras.


Ricardo Costa, empresário do Minho e CEO do Grupo Bernardo da Costa, é um verdadeiro visionário quando se trata de unir felicidade e produtividade no local de trabalho. Com sede em Braga, a empresa de Ricardo foi pioneira em Portugal ao criar um Departamento de Felicidade, em 2017, uma iniciativa que visa transformar o ambiente corporativo num espaço de realização pessoal e profissional.

Ao início, foram vários os olhares reprovadores a Ricardo Costa, mas sete anos depois os resultados estão à vista. Ele acredita que o bem-estar dos colaboradores é a chave para o sucesso empresarial, uma visão que culminou na fundação da Academia da Felicidade, em parceria com a Keeptalent Portugal. Esta academia distribui selos que certificam empresas com práticas de bem-estar e felicidade organizacional de excelência.

O empresário é também autor do livro "A Felicidade é Lucrativa", onde expõe a sua filosofia de que colaboradores felizes são mais produtivos. "Eu acredito firmemente que pessoas felizes tornam as empresas mais produtivas. Quando os colaboradores se sentem valorizados e trabalham em ambientes saudáveis, liderados de forma humanizada, o resultado é um aumento significativo na produtividade", afirmou em entrevista à Forbes Portugal.

Os dados são encorajadores: segundo dados citados pela Forbes Portugal, as empresas que investem no bem-estar dos colaboradores observam um aumento de até 12% na produtividade e até 21% na lucratividade. Além disso, a promoção de um ambiente de trabalho positivo atrai talentos e reduz a rotatividade de colaboradores, economizando nos custos de recrutamento e formação.



Para Ricardo Costa é importante dar significado ao trabalho, até porque é o sítio onde passas mais tempo da tua vida. Se pensares bem, acabas por estar mais tempo no escritório - para quem não usufrui do teletrabalho - e com os teus colegas de trabalho, do que em casa com a tua família e amigos. Por isso, Ricardo Costa defende que o salário deve ser visto como uma ferramenta para alcançar um fim superior: a realização pessoal.


Inspirado pelo Ministério da Felicidade de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, Ricardo Costa afirma que a cultura organizacional da sua empresa é um legado familiar. "Isto não é mérito meu: vem de uma cultura organizacional que o meu avô começou, o meu pai e o meu tio deram continuidade ao longo dos 30 anos em que lideraram a empresa. É uma cultura assente no bem-estar, na saúde, na segurança e no tão falado equilíbrio entre vida profissional, pessoal e familiar", explica.

Além de oferecer flexibilidade, viagens, prémios e folgas, o Departamento de Felicidade do Grupo Bernardo da Costa foca-se em ouvir ativamente os colaboradores. "Ouvir as pessoas, ouvir ativamente. É uma das maiores lições. Não se trata apenas de escutar e partilhar o que temos, mas crescer e absorver o desenvolvimento do outro."

Afinal, ao contrário do que muitos pensam, a felicidade e produtividade podem andar de mãos dadas. É fácil de acreditar nesta fórmula. Quando estás num dia "não" o que é que te apetece mais fazer? Deitar no sofá e esquecer todas as obrigações, certo? E nos dias mais felizes? Não sentes a criatividade a fluir, tudo parece mais fácil e a motivação para trabalhar também não é outra?



(Imagens: Reprodução vídeo)




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