A propósito da eleição da "Maior banda pop portuguesa de todos os tempos tempos" promovemos no auditório da RFM conversas com músicos de bandas, produtores, editores e managers das quais têm saído muitas histórias hilariantes e opiniões pertinentes.

No ultimo RFM Sumeet, dia 25 de Novembro, o Daniel Fontoura e a Teresa Lage conversaram com Miguel Cristovinho dos D.A.M.A., Rui Pregal da Cunha dos Heróis do Mar, Tozé Brito, editor e músico dos Gemini, Quarteto 111, Green Windows, Pop Five Incorporated e com Pedro Barbosa (manager de Miguel Araújo, Bárbara Tinoco, Quatro e Meia e João Só entre outros)

Nestas conversas transmitidas através do Facebook e Youtube da RFM (e que podes acompanhar ao minuto no vídeo nesta página), dEmos também voz a quem nos acompanha nas redes sociais. E uma das perguntas que nos chegou no último RFM Sumeet para os convidados foi: “Se existe alguma fórmula mágica para compor um tema de sucesso?


 


Existe alguma fórmula mágica para compor um tema de sucesso?

Uma canção que foi escrita há 40, 50 anos e que ainda hoje é cantada, alguma coisa foi muito bem feita para ela resistir ao tempo”.


Para Tozé Brito, compositor cujas músicas que fazem parte das nossas vidas desde os anos 60 e acabam de inspirar o album “Tozé Brito de novo” (com versões de temas seus interpretados por Ana Bacalhau, António Zambujo, B Fachada, Benjamim, Camané, Miguel Guedes, Mitó, Samuel Úria, Rita Redshoes, Tiago Bettencourt, Tomás Wallenstein entre outros) o mais importante é ….


Tozé Brito (53’.08’’) “Saber para quem está a trabalhar e para que público- quem é que vai ouvir isto”

Um dos primeiros segredos para escrever uma canção para que tenha sucesso é sabermos para quem é que estamos a dirigir essa canção. Se os Mão Morta me pedissem uma canção não seria a mesma que eu iria escrever para os Maranata. A primeira coisa que temos que pensar é quem vai cantar e para que publico é que estamos a escrever.

O mais difícil é escrever para uma pessoa que esteja a começar uma carreira porque ainda não têm personalidade. O mais difícil para mim é escrever para pessoas que não tem passado nenhum e quando não há passado não sabes o que é que estás a escrever.

E a coisa mais importante é que… não me interessa uma grande voz, interessa-me uma voz diferente que tenha personalidade.

(55'.54'') O segredo é contar uma história. As canções são para contar histórias. O único critério que não é subjetivo é a intemporalidade. Uma canção que foi escrita há 40, 50 anos e que ainda hoje é cantada, alguma coisa foi muito bem feita para ela resistir ao tempo.

Eu nunca escrevo uma canção a pensar “para o ano escrevo uma música diferente e esta já vai para o lixo”.

(57’.12’’) “Para escrever uma canção de sucesso o mais importante é contar uma história com que toda a gente se possa identificar. Em termos musicais quanto mais simples melhor. O difícil é fazer simples. O que parece simples, com 3 acordes … o Bob Dylan fez a vida toda dele a escrever canções assim.”




Rui Pregal da Cunha (1h03')- Nós ( Heróis do Mar ) na altura só sabíamos que tínhamos um Portugal inteiro para convencer que nós eramos muita giros e muita bons, sei lá. Não era só uma questão de estética era uma mensagem que era criada por absorção de milhares de coisas de que nós gostávamos. Quando fizemos épico íamos ver coisas épicas

Miguel Cristovinho( 1h 05’33’’) Não há fórmula para chegar a uma música de sucesso. Estás à procura e quando encontras entendes porque é que se encontrou e entendes porque é que as pessoas sentem também que se encontrou essa genuinidade, essa chama que está ali e que te caracteriza mas ”in the end” é uma estrada sem fim, tu vai estar sempre à procura da próxima que te dá esse feeling da primeira vez que fizeste e nunca mais vai ter, vais ter outras coisas diferentes. Não há fórmula. A única coisa que eu consigo descrever é o sentimento que tenho quando sinto que encontrei e isso é sempre o mesmo- está aqui! Dos D.A.M.A. a primeira canção que foi um bocado assim foi o “Popless” quando pegaram na música dos G.N.R. e trocaram o refrão. A nossa música que foi mais isso talvez tenha sido o “Às Vezes” ou o “Luisa”. Mas foram canções muito fruto do momento em que estávamos na nossa vida, da nossa ingenuidade, foi muito bonito a verdade que estava por trás delas. Mas à medida que vai crescendo e a tua verdade muda e o verdadeiro sumo para nós de ser músico é quando a encontramos outra vez. É uma estrada sem fim estares a encontrar essa verdade em ti de “uau esta música é mesmo tudo o que tinha que ser e está certo”




"Preferiam fazer parte ou trabalhar com uma banda que tivesse pouca duração, mas muitos sucessos ou de uma banda que se prolongasse no tempo mas com 2 ou 3 hits?"

Esta foi uma perguntas postas pelos seguidores da RFM no Facebook aos 4 participantes neste segundo RFM Sumeet

Miguel Cristovinho acha que os D.A.M.A. vão ter o melhor dos dois mundos, Tozé Brito lembrou a carreira de 3 anos dos Gemini, Rui Pregal da Cunha falou do polvo maluco da fama e Pedro Barbosa diz que prefere trabalhar com alguém com menos talento mas que tenha estrutura, educação e trabalhe.

"A fama é uma espécie de polvo maluco"

Miguel Cristovinho (1h08’.06’’) "Eu acho que nós vamos ser uma banda com muitos sucessos, com muito futuro"

TozéBrito (1h.09’) "Os Gemini tiveram muito sucesso em apenas 3 anos - o primeiro disco de ouro em Portugal foi o “Pensando em ti” dos Gemini. Em 3 anos fizemos tudo o que havia para fazer, inclusivamente chegámos à Eurovisão que era uma meta que tínhamos. Mas tivemos ali muito êxito que nos permitiu partir dali para outras aventuras".

(1h.10’) O tal grupo que tem pouco sucesso, mas faz uma carreira de 30 ou 40 anos, porque temos cá exemplos em Portugal … é uma questão de projeto de vida, se tu fores feliz a fazer isso…

1h11’17’’) “Eu estava preparado para, se as coisas me corressem mal acabar num casino, a tocar numa discoteca ou num sitio qualquer. Estava prepararado para ser um músico de segunda, a acompanhar um cantor de primeira ou se segunda. Era essa a vida que eu queria. Queria ser músico o sucesso era um bocado indiferente”

Pedro Barbosa (1h.14’) "Preferia uma banda estrondosa durante 3 anos e até sou capaz de já ter tido isso"

Rui Pregal da Cunha ( 1h 14’ 02’’) Há uma coisa que salta cada vez mais para a ribalta, não é a música, não é o talento, não é a pop. As pessoas vivem fascinadas com a fama. Conforme o seculo XX foi avançando para o XXI a fama foi se foi tornando numa espécie de um polvo maluco.

Muito boa banda foi destroçada por não estar preparada para a fama repentina que pode dar uma campanha de publicidade"

"O talento é a coisa que mais me engana”

Pedro Barbosa (1h16’40’’) "O talento é a coisa que mais me engana eu prefiro alguém com menos talento mas que tenha estrutura, educação, trabalho. Que acorde a pensar em música, que se deite a pensar em música do que aquele geniozinho que naquele momento teve um rasgo e soltou e fica tudo uahu. Eu olho mais para outras coisas. È um conjunto de 5,6,7, competências que têm de estar juntas na mesma pessoa. Por isso é que se vê muita gente que aparece e vai ser o maior e anos depois já ninguém sabe quem é.

Miguel Cristovinho ( 1h 17’16’’) "É totalmente verdade, eu acho"




E qual é para Tozé Brito, Miguel Cristovinho, Rui Pregal da Cunha e Pedro Barbosa a "Maior banda pop portuguesa de todos os tempos?

Quase a fechar a primeira fase da votação na "Maior banda pop portuguesa de todos os tempos" quisemos saber qual era, para cada um, a maior banda.

E houve uma banda que foi escolhida pelos 4.... e não foram os Xutos. Ouve ao minuto 1h19’18’’ qual é para todos os 4 convidados deste RFM Sumeet 2 uma das Maiores bandas pop portuguesas de todos os tempos.

E para ti qual é para ti a Maior banda pop portuguesa de todo os tempos?.

As 10 mais votadas foram estas. Qual é a que achas que merece vencer? Vota aqui.