Há seis anos que a escola EB 2/3 António Alves Amorim de Santa Maria da Feira tomou uma decisão que pode ser radical para alguns, mas que deu frutos.


Desde 2017 que os alunos trocam os ecrãs, no recreio, por conversas cara a cara, brincadeiras, jogos, caminhadas entre amigos e até dão espaço a encontros amorosos - típicos da idade - na esplanada do bar da escola.


O recreio desta escola nunca foi tão animado. Quem o diz é a diretora, Mónica Almeida, à Lusa, que não tem dúvidas do sucesso desta decisão, tomada em 2017. Desde então que os alunos já nem se lembram dos ecrãs.


"Implementámos esta medida há seis anos e o principal objetivo era que os nossos alunos pudessem socializar uns com os outros sem recurso ao telemóvel porque achávamos que nestas idades, de formação do seu caráter, é muito importante a interação de uns com os outros e não por via dos ecrãs", explica Mónica Almeida à Lusa.


Na altura em que foi proposta a medida, não só os docentes votaram a favor como os encarregados de educação.



Um dia nesta escola começa assim: os alunos podem levar o telemóvel, mas logo na primeira aula entregam-no ao professor, que o deposita numa caixa específica para cada turma, guardada num armário próprio da receção do edifício. Depois, só na última aula é que o professor em funções acede novamente à caixa para devolver os telemóveis a cada criança.


Os alunos mais obedientes podem ter consigo o telemóvel, desde que não o usem. Caso o façam uma vez, serão avisados. À segunda, o aluno fica suspenso três dias, ou mais, consoante a gravidade da situação.


Sempre que os pais precisem de falar com os filhos ou entregar algum recado só têm de ligar para a escola. E sempre que os alunos quiserem ligar para os pais, também podem usar o telefone da escola, sem qualquer custo.


Esta medida quer não só ajudar os alunos a desenvolverem as suas capacidades de socialização e comunicação oral como também evitar o bullying online. E não podia estar a correr da melhor forma.