Todos os anos, a Porto Editora elege a palavra do ano, com base em votos do público, e já se sabe a de 2023. É uma palavra com a qual todos nos relacionamos. Uns por serem parte dela e outros porque na vida já contactaram com ela. Consegues adivinhar?


"Professor" é a palavra do ano de 2023. Com cerca de 43 mil votos, a palavra não foi apenas uma escolha lexical, mas um testemunho poderoso das batalhas travadas pelos professores, nos últimos anos, em especial o de 2023.


Não têm sido anos fáceis para os professores e, por isso, a palavra "professor" assume, nos dias de hoje, um significado que transcende o ensino e as escolas. É também um símbolo das greves que marcaram o último ano e de uma classe que está cada vez mais esquecida.


Foram muitas as greves que marcaram o ensino em 2023, numa forma de protesto dos professores para reivindicarem os seus direitos e alertarem para as precárias condições em que desempenham a nobre missão de educar.


Segundo dados apresentados pelo "Público", nos meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023, realizaram-se 30 dias de greve, culminando numa intensidade marcante entre os dias 13 e 19 de janeiro, quando mais de 100 escolas fecharam as portas em manifestação.



A seguir à palavra "professor", "médico" conquistou o segundo lugar, uma classe que também enfrentou muitos desafios em 2023.


Numa época em que a Inteligência Artificial ganha terreno, a expressão "Inteligência Artificial" ficou em terceiro lugar.


"Inflação", "habitação", "conflitos", "jornada", "clima", "demissão" e "navegadoras" completam o top 10, revelando as preocupações e acontecimentos que marcaram o quotidiano dos 90 mil participantes na votação, realizada pela Porto Editora.


Mais do que uma seleção lexical, a escolha da Palavra do Ano é um reflexo das dinâmicas sociais, das lutas e das mudanças que moldaram a narrativa nacional. Em 2022, "guerra" foi eleita a palavra do ano precedida por "vacina" (2021), "saudade" (2020), "violência doméstica" (2019), "enfermeiro" (2018), "incêndios" (2017), "geringonça" (2016), "refugiado" (2015), "corrupção" (2014), "bombeiro" (2013), "entroikado" (2012), "austeridade" (2011), "vuvuzela" (2010) e "esmiuçar" (2009).