O Reino Unido e o resto do mundo choram a morte da rainha Isabel II. Aos 96 anos, a monarca com o segundo reinado mais longo da história e com a maior longevidade deixa, sobretudo, o seu país de luto e todos os seus admiradores.
A rainha Isabel II partiu esta quinta-feira, no castelo de Balmoral, onde se refugiou nos últimos dias devido à sua saúde debilitada.
O alerta de que algo não estava bem foi dado pelos médicos que a viram, durante a manhã, e que se mostraram preocupados com o seu estado de saúde. Horas depois, os filhos e os netos e mais elementos da família real foram chamados ao castelo de Balmoral para se despedirem da monarca.
A notícia da sua morte foi dada em direto para todo o mundo, a partir do Palácio de Buckingham, onde foi afixado um comunicado e também nas redes sociais.
Pouco tempo depois das 18h30 - a hora em que se soube da partida da rainha, o príncipe Carlos, agora rei, reagiu à morte da mãe, em comunicado: "A morte da minha querida mãe, sua majestade a Rainha, é um momento de grande tristeza para mim e para todos os membros da minha família".
Também os príncipes William e Kate reagiram à morte da avó e partilharam o mesmo comunicado que a família real.
Foi aos 25 anos que Isabel foi proclamada rainha, após a morte do seu pai.
A princesa encontrava-se com o marido, princípe Filipe, numa visita oficial ao Quénia quando soube da notícia da morte do pai. Seguiram-se dias carregados de tristeza, de luto e de muito peso em cima dos ombros da princesa que foi solemente coroada, a 2 de junho de 1953, na abadia de Westminster.
A partir desse momento, a rainha Isabel II conquistou todos os britânicos e tornou-se na mais alta e importante figura do Reino Unido.
Ainda antes de ser coroada, aos 14 anos, Isabel era princesa quando fez a sua primeira declaração pública radiofónica ao serviço da família real. Em 1940, a princesa falou na rádio BBC e falou para todas as crianças do Reino Unido, "dirigindo-se em particular àquelas que estavam separadas dos pais durante a Segunda Guerra Mundial", de acordo com a RTP.
No seu longo reinado, que passou por vários altos e baixos, com especial destaque para a trágica morte da princesa Diana, e alguns escândalos, como é o caso do príncipe André e ainda do afastamento inesperado do príncipe Harry e de Meghan Markle, a rainha Isabel II manteve sempre a sua postura, a sua firmeza e a sua dignidade.
Pelas mãos da rainha Isabel II, passaram 15 primeiros-ministros, desde Winston Churchill à mais recente Liz Truss, que a mantinham informada dos acontecimentos mundiais e do país. Reuniu-se com 13 dos 14 presidentes norte-americanos eleitos durante o seu reinado, desde Harry Truman a Joe Biden.
Deu a volta ao mundo 42 vezes, visitou mais de 100 países, entre os quais Portugal, onde reencontrou o seu marido, e realizou mais de 150 visitas a países da Commonwealth e "esteve 22 vezes no Canadá, mais do que em qualquer outro país, e 13 vezes em França, mais que em qualquer outro país europeu", de acordo com o Diário de Notícias.
Durante o seu reinado, que durou sete décadas, a monarca participou em cerca de 21 mil atos oficiais, esteve cara a cara com quatro papas em visitas oficiais (João XXIII, João Paulo II, Bento XVI e Francisco) e apadrinhou mais de 700 organizações, de acordo com a Infopédia.
Foi casada por mais de 73 anos com o príncipe Filipe, que morreu em abril do ano passado, com 99 anos.
Apesar de algumas críticas e dos escândalos vividos pela família real britânica, a rainha Isabel II mostrou-se sempre "determinada a servir" os britânicos, tal como prometeu fazê-lo quando subiu ao trono.
Infelizmente, a saúde da rainha piorou com o tempo devido a problemas de mobilidade que a impediram, nos últimos meses, de estar presente em vários eventos oficiais.
Apesar da sua partida, a rainha Isabel II marcou e conquistou o coração do povo britânico e de milhões de pessoas à volta do mundo com a sua dignidade e postura de mulher que sempre lutou e sempre serviu o seu país.
E, por isso, nunca será esquecida!
Até sempre!