A nova torre prateada no claustro da Sé de Lisboa tem alimentado um debate efusivo entre arquitetos, historiadores e o público em geral, nas redes sociais.
O projeto, inicialmente concebido para integrar harmoniosamente a estrutura histórica com uma intervenção contemporânea, acabou por desencadear uma onda de críticas. A torre acabou a ser apelidada de "atentado arquitetónico" ou "mamarracho descomunal".
Apesar das críticas e dos atrasos no cronograma, a requalificação global dos claustros está quase concluída, com previsão de reabertura para o último trimestre de 2024. O preço do projeto é também um tema delicado. Inicialmente, estava previsto um orçamento de 6,5 milhões de euros. Agora, acresceu mais 1,8 milhões pela reabilitação do piso superior do claustro, e 430 mil euros pelos trabalhos de conservação e restauro das estruturas arqueológicas.
Apesar de todas as justificações, a torre prateada não deixou de gerar controvérsia nas redes socias.
Este é um projeto que já anda a ser delineado há anos.
Nos anos 90, após um desmoronamento no jardim do claustro e a descoberta de vestígios arqueológicos, começou um processo de escavações que durou cerca de 20 anos, revelando ocupações desde a idade do ferro até à construção do claustro no século XIII.
Em 2010, a igreja e o Estado concordaram em valorizar o claustro, incluindo a musealização das ruínas e a construção de um espaço interpretativo. Nos últimos anos, as principais alterações incluíram o desmonte da cobertura provisória, a construção de uma laje para proteção dos vestígios, a musealização das ruínas e a recuperação do edifício. Apesar de polémicas e atrasos, a requalificação está quase concluída, com a reabertura prevista para o último trimestre de 2024. O projeto foi anunciado em 2015, mas os trabalhos só começaram em 2018.