Esta é uma história insólita e humilhante que remonta ao ano de 2011. As jogadoras da seleção feminina da Suécia tiveram de provar que eram mulheres, ao mostrarem os órgãos genitais ao médico, para poderem participar no Mundial de 2011.

12 anos depois, este caso torna-se conhecido através da jogadora Nilla Fischer, que representou a seleção sueca durante mais de 20 anos, e que acaba de lançar um livro biográfico, "I Didn’t Even Say Half of It" ("Nem Sequer Disse Metade" em português). Entre muitas memórias e histórias, ela recorda esta que descreve como "humilhante".


"Foi-nos dito que não devíamos depilar-nos ‘lá em baixo’ nos dias antes e que iríamos mostrar os órgãos genitais ao médico. Ninguém entendeu o porquê de não nos depilarmos, mas fizemos como nos foi dito e pensamos ‘como é que chegou a isto’?", escreveu, citada pelo The Guardian. Este pedido aconteceu, na altura, depois da polémica que envolveu a seleção feminina do Equador, que foi acusada de incluir homens na equipa.

O medo que as jogadoras sentiram de vir a perder a grande oportunidade de representarem o seu país na maior prova da modalidade falou mais alto e acataram apenas a ordem que lhe estava a ser dada: "Ninguém quer pôr em risco a oportunidade de jogar num Mundial. Temos de despachar aquela m****, não importa o quão doentio e humilhante seja".



Depois de mostrarem o seu órgão genital à fisioterapeuta da seleção, que estava incumbida da missão de averiguar o sexo das atletas, o chefe da equipa médica assinou um documento a provar que a seleção de futebol feminino da Suécia tinha apenas mulheres.

Desde este momento que a FIFA alterou as suas regras - que se mantém até hoje - para verificar o género das atletas. Segundo o The Guardian, as seleções nacionais são obrigadas a assinar uma declaração a garantir que apenas têm mulheres na equipa. Quanto ao método usado para essa verificação, esse fica ao critério de cada federação.