Quando a pandemia da Covid-19 se instalou nas nossas vidas, milhões de pessoas viram-se obrigadas a ficar em casa e, lá está, a trabalhar a partir de casa.


Foram muitos, variados e intensos desafios... Pais com crianças em casa a tentarem trabalhar, reuniões por videochamadas a serem interrompidas pelos filhos, aulas à distância, horários de trabalho pouco definidos, entre tantos outros.


Se houve quem contasse os dias para o teletrabalho terminar, ainda há quem não prescinda dele.


Neste momento, são ainda algumas empresas, em Portugal e não só, que mantêm um dia, ou até mais, de teletrabalho por semana.


No entanto, outras estão a tomar a decisão de acabar com modelos híbridos de trabalho e, na verdade, isso foi o suficiente para uma mulher se despedir.



Trata-se de Felicia, de 53 anos, que trabalhava como administradora numa empresa, no estado de Arizona, nos Estados Unidos, onde ganhava um salário de milhares de euros.


Até há poucas semanas, a empresa onde Felicia trabalhava tinha um modelo híbrido, no qual era possível estar dois dias no escritório e três em teletrabalho. A mulher confessou ao site Business Insider que este era o "equilíbrio perfeito", uma vez que, em casa, fazia "muito mais" do que no escritório, onde "havia muitas distrações e interrupções".


Só que a empresa decidiu, então, "exigir que todos os funcionários trabalhassem a tempo integral no escritório". A mulher ainda resistiu, durante um mês, mas acabou por se demitir, de acordo com o site Unilad.


Durante o mês, em que regressou presencialmente ao trabalho, chegou a ouvir dos gerentes da empresa que os funcionários estavam a trabalhar "apenas dois dias por semana" e "de folga os outros três", sendo que a mulher discordou e afirmou que "não era verdade".


O momento em que a fez tomar esta decisão foi, "certo dia, enquanto estava presa no trânsito a caminho do escritório" e percebeu que "já não estava a funcionar mais", tal como contou o site Business Insider.



Posto isto, Felicia decidiu deixar para trás "um salário de mais de 100 mil dólares por ano [cerca de 7 mil dólares por mês] para procurar vagas que tenham opções híbridas para que possa ter um equilíbrio entre vida pessoal e profissional". E tudo porque, na sua opinião, "não é preciso estar num escritório para fazer o meu trabalho".


Para esta mulher, o dinheiro não é tudo, sendo que "ficaria feliz em aceitar um emprego que me pagassem menos, se me oferecessem um modelo híbrido".