Vender a íris por criptomoedas, o fenómeno que tem movido milhares de pessoas
De certeza que, numa ida a um centro comercial, já te cruzaste com um fila enorme de pessoas, pronta para vender a íris por criptomoedas
A última vez que foste a um centro comercial reparaste numa fila enorme de pessoas para serem atendidas numa pequena banca, com duas esferas grandes para onde as pessoas olham, como se estivessem a espreitar uma paisagem através de uns binóculos?
Trata-se da Worldcoin, um novo fenómeno que está a mover milhares de pessoas, sobretudo jovens. Em que consiste? A venda de dados biométricos, mais precisamente a leitura da íris, em troca de criptomoedas. Do criador do ChatGPT, a Worldcoin tem atraído a atenção de muitos, mas não está isenta de riscos.
A empresa assegura que a leitura da íris é feita na hora e no local, utilizando uma tecnologia chamada Orb para criar um "passaporte digital". Porém, há preocupações crescentes sobre a segurança e privacidade dos dados. O processo envolve a conversão da íris num código numérico cifrado conhecido como "WorldID", que, segundo a Worldcoin, visa garantir a singularidade de cada utilizador.
Antigos locais pouco movimentados agora são pontos de encontro para jovens em busca de "dinheiro fácil" oferecido pela empresa. Espalhada por 16 pontos em Portugal, a loja original, no Ubbo, Amadora, afirma receber entre duas e três mil pessoas por dia, totalizando 300 mil inscritos em todo o país, revela a gerente do espaço ao Jornal de Negócios. A atração, especialmente para jovens sem rendimento próprio, levanta questões sobre a proteção de dados, especialmente no caso de menores de 13 anos, que requerem consentimento dos representantes legais.
Apesar das garantias da Worldcoin de segurança e privacidade, há quem se mostre muito cético quanto a este novo fenómeno. Isto porque a íris possui muitos dados que permitem distinguir um ser humano entre mil milhões. A possibilidade de roubo de identidade torna-se uma preocupação significativa, especialmente se a autenticação por íris se tornar mais comum no futuro, equiparando-se ao ADN e às impressões digitais na biometria.