Certamente já ouviste falar no ChatGPT, um tipo de inteligência artificial com a capacidade de compreender e responder a uma grande variedade de tarefas.
Deves saber, também, que existem mais tipos de inteligência artificial espalhados pela internet, desde reconhecimento facial, ou até imitação de voz.
No fundo, a inteligência artificial veio dar-nos a possibilidade de comunicar com um computador da mesma maneira que comunicamos com outras pessoas. Mas será, igualmente, possível comunicar com alguém que já tenha morrido?
Na China, existe um festival de reverência aos mortos chamado de Qing Ming Festival que envolve demonstrações de respeito e honra aos falecidos.
O que algumas agências funerárias têm estado a fazer é juntar a foto de um falecido, uma gravação de voz e a utilização de “Machine learning” para gerar perfis de pessoas falecidas que podem comunicar.
De acordo com The Straits Times, algumas agências estão a usar a inteligência do ChatGPT, em ligação com a do Midjourney, “para imitar a personalidade, aparência, voz e até memórias do falecido para permitir que as pessoas revivam momentos com os seus entes queridos que partiram do mundo vivo”.
É o caso da Shanghai Fushouyun, uma agência funerária que fez o primeiro funeral com a utilização de inteligência artificial em janeiro de 2022. O falecido era um cirurgião chinês e os colegas e alunos queriam despedir-se dele, mas não tiveram essa possibilidade.
A cerimónia contou com a presença de dezenas de pessoas que mantiveram uma conversa com o falecido através do seu perfil digital exibido num ecrã.
O chefe-executivo da funerária, Yu Hao, disse à Canton Daily que "esperamos que os vivos entendam que a morte não é o fim da vida. As pessoas querem usar inteligência artificial para recuperar os falecidos porque precisam de liberar as suas emoções”.
No entanto, o mesmo alerta que “isto será um problema se o ato de «reviver um querido» fizer com que as pessoas se afoguem nas suas emoções".